Arquitectos e Urbanistas debatem o papel das cidades no século XXI

14.11.2008

Organizadas pela Parque EXPO, aqueles que foram os primeiros debates sobre o papel das cidades no século XXI, abordaram temas tão importantes como as ecocidades e as crescentes necessidades em reabilitar não só a vertente urbanísticas mas também a vertentes humana das cidades.

O futuro está nas ecocidades, diz urbanista britânico
Para o urbanista Peter Hall, responsável pela primeira conferência do ciclo “A Cidade no Século XXI: Reflexões, Desafios e Estratégias”, a cidade de Lisboa é uma “cidade maravilhosa”, pela forma como combina o velho e o novo, e aposta nas ecocidades como as metrópoles do futuro. Na sua opinião, o Parque das Nações, resultou de “uma das maiores intervenções do género na Europa”.

Para este urbanista e geógrafo, que entre 1991 e 94 foi conselheiro do governo britânico para a área do planeamento estratégico, a intervenção urbana no Parque das Nações deve ser elogiada, sobretudo porque “foi muito bem programada”.

Sobre as cidades do futuro, Peter Hall referiu que “as ecocidades são as cidades do futuro, mas nós ainda não sabemos bem o que é uma ecocidade”. A propósito do plano do Governo britânico para construir ecocidades no Reino Unido, Hall lembrou as principais dificuldades apontadas no último relatório que analisou o processo: os locais para instalar estas cidades. “É melhor construi-las como satélites, quase como subúrbios/extensões das cidades existentes, do que enquanto lugares isolados, no campo, longe de tudo, sobretudo das oportunidades de emprego e do comércio, o que obrigaria ao uso do transporte individual”.

Reabilitação urbana... e humana
Luís Vassalo Rosa esteve responsável pela segunda conferência do ciclo de conferências e, o arquitecto, expôs o que a sua reflexão sobre um percurso europeu desde os primórdios da humanidade para perspectivar o que deverá ser feito no futuro.

Para este arquitecto, as cidades ocidentais do século XXI são influenciadas por diversos factores que estão a causar o seu declínio. Luís Vassalo Rosa sustentou que as metrópoles são marcadas por ciclos de dois mil anos, que proporcionam o seu crescimento ou declínio. Actualmente, a evolução das cidades está a ser condicionada por situações como o decréscimo da população, o desemprego, problemas ambientais ou pobreza.tem vindo a acontecer é o “mau”. É a “cidade genérica” a “cidade difusa”», são as “megalópoles”; em suma, “é a cidade de hoje”. Cidades onde a ocupação do espaço é ignorada, onde o espaço público é deixado em função de blocos que se enchem de pessoas nas periferias do centro.

Apesar de defender que o Programa Polis transformou o panorama urbano português para melhor, o arquitecto considera que ainda há falta de cultura no ordenamento do território.

Na opinião de Luís Vassalo Rosa o “bom” deverá ser a “idoneidade urbana”, o «”construir integrado com a natureza, com a sustentabilidade no horizonte tendo consciência do recurso escasso que é a cidade”. Vassalo Rosa indica o caminho de “contrariar a periferia com cidades compactas e polarizadas levando o homem para o centro da cidade”, uma “cidade composta, inclusiva, sustentável e criativa”.



Calendário das próximas conferências do ciclo “A Cidade no século XXI”, sempre às 18h00, no Pavilhão de Portugal:
O ciclo de conferências, organizado pela Parque EXPO, prolonga-se pelo mês de Novembro e integra-se nas celebrações do 10.º aniversário da EXPO'98. Os debates incidem sobre a requalificação urbana e ambiental, o planeamento e ordenamento do território e a qualidade de vida urbana.

Manuel Graça Dias: “Da Cidade que deixará de ser viária”, dia 18

Christian Wichmann Matthiessen: “The European Metropolitan Competition Perspective: Challenges and

Strategies in a cross-border region: Copenhagen – Malmö”, dia 20

António Mega Ferreira: “A Condição Urbana”, dia 25

Outras notícias sobre o tema:
Ciclo de Conferências " A Cidade no Século XXI"

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